Judeus no Brasil: imigração e diversidade
Diante da importância de ampliar as coleções museológicas que representem as diversas faces da experiência histórica brasileira, o projeto “Judeus no Brasil: imigração e diversidade” tem como propósito desenvolver um olhar crítico sobre o acervo do Museu Histórico Nacional (MHN) do ponto de vista da história dos judeus no Brasil e construir uma coleção de objetos tridimensionais, valorizando a cultura material da experiência da imigração e processos de construção das comunidades judaicas do Brasil. Estas comunidades, por sua diversidade étnica e de origem, marcam cultural e historicamente a sociedade brasileira, sendo um importante elemento da brasilidade pouco representado no atual acervo do MHN.
O Museu Histórico Nacional foi criado em 1922 no âmbito das comemorações do centenário da Independência do Brasil. Suas primeiras coleções indicavam uma chave de leitura da história que enaltecia feitos militares, religiosos, do Estado nacional e dos seus agentes de governo. Na década de 1980, com as transformações nos campos museal e historiográfico, os critérios de seleção de acervo foram repensados. Nesse sentido, uma política de aquisição foi formalizada em 1992, possibilitando a ampliação e a diversificação da coleção com itens do cotidiano, como: eletrodomésticos, brinquedos, indumentária, entre outros.
Recentemente, a instituição vem buscando enfatizar os processos e as práticas de construção de coleções, mobilizando diferentes setores da comunidade civil organizada e proporcionando uma representação maior de alguns segmentos sociais no acervo do MHN. Entre essas ações, destacamos a prática das rodas de conversa com os movimentos sociais no sentido de conhecer as memórias que valorizam e de incentivar a doação de objetos que a elas correspondem.
As iniciativas de mobilização social caracterizam-se como processos de musealização de objetos, que pode ser definida como a criação do “objeto de museu”, “operação de extração, física e conceitual, de uma coisa de seu meio natural ou cultural, conferindo a ela um estatuto museal – isto é, transformando-a em museália”. No caso de um museu de história, como o MHN, musealizar um objeto consiste em agregar a ele o estatuto de objeto histórico, fonte de informação e evidência de determinada situação cultural e histórica.